Diário de Lavras, 6 de maio de 1915. Republicado na Tribuna de Lavras, 1971.
Adaptação de J. Carvalho Bulhões da polca italiana VIVA GARIBALDI. Trata-se uma sátira gravada na Casa Edison, no ano de 1915, pelo Bahiano em referência ao azarado chefe da nação. Dudu era o apelido do calvo Presidente Mal. Hermes da Fonseca.
AI!.. PHILOMENA
A minha sogra
Morreu em Caxambu
Com a tal urucubaca
Que lhe deu o seu Dudu
Ai, Philomena
Se eu fosse como tu
Tirava a urucubaca
Da careca (cabeça) do Dudu
Dudu quando casou
Quase que levou a breca
Por causa da urucubaca
Que ele tinha na careca
Na careca do Dudu
Já trepou uma macaca
E por isso coitadinho
É que tem urucubaca
Dudu tem uma casa
E com chave de ouro
Quem lhe deu foi o Conde
Com os cobres do Tesouro
Se o Dudu sai a cavalo
O cavalo logo empaca
Só começa a andar
Ao ouvir o Corta-jaca
Dudu tem uma casa
Que nada lhe custou
Porque nesse "presente"
Foi o povo que "marchou"
Mas o Rainha
Cavou o seu também
Dizendo no Senado
Tão somente "muito bem"
Eu me arrependo
De ter ido ao Caju
E não ter vaiado
A saída do Dudu
FALA: Vocês estão falando, ele nem faz caso.
Está comendo do bom e do melhor, hein!
Sucesso do Carnaval de 1914, a marchinha A primeira peça do gênero apareceu na campanha de 1914. O presidente da República era o marechal Hermes da Fonseca, conhecido popularmente como "seu Dudu" e cercado pela fama de ser um homem agourento. Às vésperas das eleições, o Rio foi tomado pela marchinha "Ai Filomena" (composta por Carvalho de Bulhões sobre a melodia italiana "Viva Garibaldi"), cujo estribilho passaria a ser repetido por todo o país: "Ai Filomena, se eu fosse como tu/Tirava a urucubaca da careca do Dudu". O jingle virou sucesso no Carnaval, mas revelou-se um fracasso nas urnas: o eleito acabou sendo o candidato oficial, Wenceslau Braz, com quase 90% dos votos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário