A memória é um elemento fundamental na formação da identidade individual e coletiva; ela vincula diferentes sujeitos, de diferentes épocas, que compartilham espaços, propósitos, tradições e símbolos comuns. Contudo, sem a devida organização e preservação, a memória é esquecida, causando grande prejuízo à comunidade. Ignorar o passado é ignorar uma trajetória – desconhecer de onde se vem, não saber para onde se vai, tendo sempre de começar novamente, como um eterno presente.
A ação educativa de cada unidade escolar gera memórias próprias, construindo sua própria história. É também nas escolas que, junto à instrução básica, as crianças devem adquirir conhecimentos sobre a sociedade de que elas fazem parte. Tal como se aprende na escola a história e a geografia do mundo e do nosso país, deve-se também conhecer a história e a geografia do nosso município, nosso patrimônios culturais, os pontos relevantes de cada bairro, e a própria história da escola e dos logradouros próximos.
Vê-se que as escolas lavrenses têm, cada qual, características próprias. Algumas escolas chegam a ter mais de um século de existência, edificadas no período imperial ou nos primórdios da era republicana; outras são relativamente recentes, cujas primeiras diretoras e professoras estão vivas ou mesmo ainda atuantes.
Por sua vez, os gestores escolares precisam ter à disposição os instrumentos e métodos adequados para permitir a preservação da história e da identidade de cada escola pela própria escola, institucionalmente, resultando assim em continuidades e permanências. Há de se perguntar: Possui a unidade escolar um texto básico contendo o histórico da instituição? Existe uma lista cronológica dos gestores? Sobre o patrono que dá nome ao educandário, há uma biografia e fotografia disponível em local visível? Quanto aos símbolos, a unidade escolar tem uma bandeira própria? Um brasão ou logotipo usado em placas ou ofícios? Existe algum lema ou hino escolar entoado em cerimônias cívicas ou festividades?
Ora, tais perguntas exigem respostas que devem ser conhecidas, em primeiro lugar, pelos professores. Certamente o meio mais fácil de se inteirar dessas informações para poder transmiti-las aos alunos é dispor de um guia básico com as fontes necessárias para a instrução.
Ressaltamos que a elaboração deste guia não esgota a questão das identidades escolares, quando não é o primeiro passo para a assimilação e expressão dessas identidades pelas comunidades escolares.
Caberá às escolas, gradualmente, promover o uso de seus símbolos, difundir o conhecimento da história da instituição e biografia do patrono em datas como o aniversário da escola, por exemplo, ou mesmo ensinar os hinos escolares como tópico nas aulas. Assim, é nossa intenção poder ajudar todos os educadores nessa nobre tarefa, apresentando um guia básico com a História das Escolas de Lavras.
Geovani Németh-Torres
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