segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Entrevista: Professor Renato Torres Libeck

Caixa de texto: Capa da 1.ª Edição de Acrópole, abril de 1975
Neste mês “Acrópole” entrevista o fotógrafo e professor Renato Torres Libeck, ilustre colecionador de fotos antigas de Lavras cujo acervo conta-se aos milhares. O prof. Renato gentilmente nos concedeu uma entrevista a qual aqui reproduzimos.



·    Quem é Renato Torres Libeck?

Sou nascido em Lavras em 25 de março de 1953. Meu nome completo é: Renato Torres Libeck. O sobrenome Torres vem do meu avô materno Paulo Torres (já falecido), o sobrenome Libeck vem do meu avô paterno Rudolf Gustavus Libeck, emigrante europeu, mais precisamente da Letônia (já falecido). Cursei o Jardim da Infância no Colégio Carlota Kemper, cursei o Curso Primário também no Colégio Carlota Kemper. Lembro-me dos nomes das minhas mestras na época do primário: Sra. Beliza Romeiro, Sra. Vanda Bezerra Mendes, Sra. Maria de tal e Sra. Zaira Teixeira. Cursei o Curso de Admissão de um ano, ministrado pela professora Juraci Magalhães.



Cursei o ensino fundamental no Instituto Gammon, onde tive como mestres os seguintes professores: Prof. Renato – Geografia e Desenho; Profa. Marta – História; Prof. Pereira – Português; Profa. Lourdes – Matemática; Profa. Lucinda King Carr – Inglês; Prof. Sinval Silva – Educação Moral e Cívica; Prof. Mister Cauhon – Religião; e o inigualável Diretor Sr. Roberto Coimbra. O segundo grau ou científico, cursei metade no Instituto Gammon e metade no Colégio N. S. Aparecida. Foram meus mestres nesta época, os seguintes professores: Prof. Valdir Azevedo – Matemática; Prof. Canísio Inácio Lunkes – História; Prof. Jeová Medeiros – Física; Prof. Rossoulier de Mattos – Química; Prof. Odilon Campos – Química; Prof. Nelson Verlang – Matemática; Prof. Sérgio – Português; o inesquecível Prof. José Vitor – Matemática; Profa. Sebastiana – Desenho Geométrico; Profa. Dona Aparecida – História; Prof. Deco – Geografia; e tantos outros que contribuíram muito para a minha formação educacional. O Curso Superior cursei na ESAL, hoje UFLA. Cursei 1 ano de Administração Rural e 5 anos de Engenharia Agrícola. Trabalhei 1 ano no Amapá na Codeasa, trabalhei 1 ano no Banco Real, Setor Ribeirão Preto, ministrei quase 3 anos de aulas de 3 disciplinas na ESAL/ UFLA, trabalhei 1 ano como diretor de produção na ICAM, trabalhei na Prefeitura Municipal de Lavras várias vezes como contratado. Atuei como instrutor em vários cursos do SENAR e atualmente sou funcionário público municipal, efetivo, atuando a quase 14 anos como Professor Médio de Ciências.



·    Como surgiu o interesse em colecionar fotos antigas de Lavras?

O interesse em colecionar fotos antigas de Lavras surgiu porque tive uma infância muito feliz. A explosão da modernidade aniquilou muitas imagens marcantes da Lavras dos meus anos de infância e adolescência. Para todos os lados que olhava não encontrava mais as imagens que marcaram a minha vida. Revirei o arquivo pessoal do meu falecido pai e lá encontrei centenas de fotos antigas de Lavras. Veio-me uma grande saudade daqueles bons tempos. Comprei uma boa máquina fotográfica e com o apoio incondicional do Ângelo do Museu Bi Moreira, do Foto Wildes e de centenas de lavrenses, comecei a reproduzir centenas e centenas de fotos que fui encontrando, muitas delas esquecidas no fundo de baús. Recebi muito apoio nesta busca alucinante e sem querer inspirei outros a fazerem o mesmo. Testei diversas marcas de filmes, usei lentes de todos os tipos, filtros óticos e consegui obter êxitos nas reproduções, melhorando cada vez mais a qualidade das fotos.



·    Quantas fotos o sr. tem? Qual a mais antiga? 

Atualmente tenho cerca de 10.000 boas fotos antigas de Lavras, retratando, ruas, praças, logradouros, educação, esporte, turismo, o bonde, a parte ferroviária, aviação, política, desfiles, carnaval, eventos diversos, medicina, personalidades, arquitetura, etc. Alguém tinha que fazer alguma coisa neste sentido e eu apenas reuni aquilo que estava espalhado em dezenas caixas e gavetas. Muitas se perderam pelo mofo, traças, carunchos e umidade. Perdi muito tempo com isto, mas valeu a pena. Fora as antigas, tenho cerca de 300 CD’s com fotografias diversas. A maioria de Lavras, de 2004 para cá. A mais antiga foto de Lavras é uma fotografia dos meados de 1890, mostrando os primórdios da atual Praça Dr. Augusto Silva.



·    Algumas imagens antigas mostram coisas que hoje não existem mais. O que o sr. gostaria que não tivesse acabado ou que voltasse a ter em Lavras?

Coisas que eu gostaria muito que retornassem: os carnavais e desfiles das Escolas de Samba, da época do ex-prefeito Maurício Pádua de Sousa, o retorno do Bonde, os carnavais de salão dos clubes dos Comerciários e do Clube de Lavras, o Bar do Ponto e toda aquela movimentação junto com a Padaria Rocha, os campeonatos de futebol com jogos entre o Fabril, a Ferroviária e a Olímpica e por fim o retorno do Cine BRASIL, tal qual era na época.



·    Da coleção, qual foto considera a mais especial?

A foto que eu acho mais marcante em minha vida é a seguinte: Bateram uma foto oficial dentro do Teatro Municipal. O fotógrafo se posicionou no palco do Teatro e tirou uma foto da platéia. O Teatro estava lotado. Na dita foto oficial, meu  pai aparece vestido de terno e gravata, sentado em uma das cadeiras, do lado esquerdo do Teatro. Do lado direito da foto, aparece minha avó, Francisca Costa Pereira Libeck e sua filha, Dailitte Milda Libeck. É uma foto marcante para mim. 




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