Geovani Németh-Torres, Dezembro de 2010 (atualizado em Junho de 2019)
- Estilo dominante: colonial com interior barroco-rococó
- Início da construção: 1751
- Fim da construção: 1854
- Inauguração: 1754
- Religião: Catolicismo Romano
- Diocese: Diocese de São João del-Rei
- Ano de consagração: 1754 (como Igreja de Sant'Ana), 1917 (como Igreja de Nossa Senhora do Rosário)
- Website: Paróquia de Sant'Ana de Lavras
- Patrimônio Nacional: 1948
- Endereço: Praça Dr. Augusto Silva, s.n., Lavras (MG).
A igreja de Nossa Senhora do Rosário é a construção mais antiga da cidade de Lavras, Minas Gerais.
História
O nome original do templo era capela de Sant’Ana, quando de sua edificação, entre 1751 e 1754, nas terras do capitão Luiz Gomes de Morais Salgado. A capela seria elevada à condição de igreja Matriz em 1760, após a transferência da sede paroquial que até então ficava em Carrancas. Em 1765 era terminada a construção da nave-mor da Matriz[1].
Em 1810 foi construída uma igreja em homenagem à Nossa Senhora do Rosário que ficava onde hoje é o alto da Praça Leonardo Venerando. Esta edificação foi demolida em 1904, quando se iniciava a construção da nova Matriz de Sant’Ana. Em 1917 esta foi inaugurada, havendo assim a troca de nomes das igrejas: a velha Matriz passa a ser a igreja do Rosário.
Ainda no Século XIX, registra-se que na época da criação do município de Lavras (1831), o padre Francisco d’Assis Braziel lecionava aulas de Latim, Francês, Geografia, Desenho, Aritmética e Música num dos cômodos da velha Matriz de Sant'Ana[2]. Além disso, havia um cemitério nos arredores da igreja, utilizado até 1853, quando foi criado o cemitério de São Miguel no então extremo sul da vila de Lavras.
No Século XX, a partir dos anos 1930, a igreja foi aos poucos perdendo destaque e ficando abandonada. Nesta época, aparentemente o templo só era aberto na Semana Santa. Em 1944 a construção colonial esteve prestes a ser demolida e ver seu terreno dar lugar a um centro comercial. Porém, através dos esforços de vários lavrenses, em especial o professor José Luiz de Mesquita e o jornalista Caio Aurélio, a igreja foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1948[3].
A igreja do Rosário novamente seria ameaçada pela falta de cuidados na segunda metade do Século XX, ficando de fato fechada entre 1964 e 1982. Houve inclusive dois sérios desabamentos em 1965 e 1969, que exigiu novas reformas.
Em 1990 a igreja passou a abrigar o Museu Sacro de Lavras, e em 2008, após um intervalo de vinte anos, voltariam a ser celebrados os ofícios religiosos no local[4].
Patrimônio Artístico
Os entalhes em madeira dos altares da igreja foram feitos pelo escultor português José Maria da Silva, em 1784[5]. As pinturas no forro do altar-mor datam de cerca de 1805, obra atribuída ao pintor mulato são-joanense Joaquim José da Natividade.
Das imagens, destacam-se as belas representações em madeira policromada do Senhor do Calvário, do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, Senhor dos Passos, Senhor Morto e Nossa Senhora das Dores (em tamanho natural), entre outras.
Referências
[1] Németh-Torres, Geovani (2010). Os 250 Anos da Paróquia de Sant’Ana. Col: Série Lavrensiana, 1. Lavras: Geovani Németh-Torres. 106 páginas. ISBN 978-85-911368-0-3.
[2] Vilela, Marcio Salviano (2007). A Formação Histórica dos Campos de Sant'Ana das Lavras do Funil. Lavras: Indi. p. 288
[3] Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (1948). «Igreja Nossa Senhora do Rosário». Livro do Tombo das Belas Artes. Processo n.º 368-T, Inscrição n.º 316 (2.IX.1948). [S.l.: s.n.] p. fls. 67
[4] Németh-Torres, Geovani (2010). «Igreja do Rosário». Lavras. Acrópole - Edição Especial (41).
[5] Villela, Moacyr. «Jose Maria da Silva, um mestre entalhador de Braga na Comarca do Rio das Mortes» (PDF). Projeto Compartilhar.
Riqueza inestimável... !!
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