sábado, 18 de julho de 2020

Dicionário de Lavras de A a Z


O prof. Ângelo Alberto de Moura Delphim informa que acabou de receber os exemplares do seu novo livro "Dicionário de Lavras de A a Z", obra de grande qualidade e que marca as comemorações do tricentenário do povoamento de Lavras. Parabéns, Ângelo!

Prefácio:

Desde os primórdios da civilização, qualquer sociedade humana sempre possuiu ao menos um “guardião da memória”, uma pessoa que zela para que as histórias e as tradições não sejam perdidas. Felizmente, a memória de Lavras é protegida por um anjo da guarda chamado Ângelo.

Não poderia o professor Ângelo Alberto de Moura Delphim fugir deste honroso posto, para o qual parece ser predestinado. Ora, Ângelo é filho da família deã de Lavras! Nenhuma outra habita a mesma residência a mais tempo, em nossa cidade. A casa da Rua Sant’Ana, n. 8, lhes serve de moradia há mais de duzentos anos – dois séculos testemunhando a trajetória de nossa terra.

Culturalmente, Lavras teve uma “Era de Ouro” no início do Século XX, e uma “Era de Prata” na década de 1950. Ângelo Alberto é hoje um dos últimos remanescentes que viveu nesta, e que conviveu com pessoas daquela. De sua avó, que foi contemporânea de gigantes como Samuel Gammon, Firmino Costa, Carlota Kemper, Álvaro Botelho e Augusto Silva, muito pôde aprender sobre a antiga Lavras; em sua mocidade, como aluno do Instituto Gammon, teve contato com os últimos professores americanos e com Sílvio do Amaral “Bi” Moreira, de quem foi discípulo, auxiliar e digno sucessor no título de “o mais lavrense de todos os lavrenses”, epíteto outrora conferido por Hugo de Oliveira.

De fato, está no Museu Bi Moreira a grande obra da vida de Ângelo. Sua perseverança e zelo por quase três décadas foram fundamentais, não só para a perpetuação do legado de Bi Moreira, como para sua substancial ampliação. Este crédito precisa, sim, ser devidamente dado a este nosso “guardião da memória”. Como funcionário público, teve a virtude do amor pelo trabalho, qualidade esta geralmente desconsiderada nos concursos, mas que é, sabiamente, o fator que faz a diferença ante as dificuldades inatas ao setor. Esta paixão tenaz lhe permitiu manter o Bi Moreira aberto, além de organizar tantos outros museus em Lavras e região; e será essa mesma paixão que infundirá e reverterá o triste atual panorama da situação museológica municipal.

Sim, senhores, há de se ter amor, dedicação, persistência e vocação naquilo que se propõe fazer! E escrever é hoje uma grande motivação para Ângelo. Como é bom ver pessoas mais velhas ainda ativas e produtivas!

O “Dicionário de Lavras de A a Z” é o primeiro de uma série de obras que Ângelo vislumbrou. Contém uma robusta coletânea de informações de interesse local, cuja seleção foi feita tanto por verbetes óbvios, quando por sutis traços biográficos. Não obstante, para alguém que encarna como ninguém a alma lavrense, é difícil separar o que é próprio do autor e o que é de seu objeto de estudo.

Mais importante, este livro registra uma enorme quantidade de dados que, de outra maneira, estariam invariavelmente perdidos. É leitura muito prazerosa, tanto para quem quer aprender sobre nossa terra, quanto para quem, como Ângelo, quer recordar dos tempos antigos. Afinal o que é lembrado, vive para sempre.

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