Lançamento de novo livro sobre a História de Lavras inaugura a contagem regressiva para os 300 anos da cidade |
Desde os primeiros trabalhos publicados
sobre a História de Lavras, há pouco mais de um século, nossos historiadores
tentaram responder quem eram, por que e quando vieram os primeiros habitantes a
povoar a região. Destas três perguntas, apenas a primeira apresenta uma resposta
unânime, pois foi a família do paulista Francisco Bueno da Fonseca a primeira a
se estabelecer aqui. Do motivo de sua vinda, dizia-se que foi pela busca de ouro
e quanto à data, as fontes falavam em 1720 ou 1729.
Com tantos lapsos de informação, senti-me desafiado a vasculhar o passado remoto, ainda mais considerando que faltam poucos anos para comemorarmos o Tricentenário da fundação do primeiro povoado. De fato, encontrei algumas novas peças para este quebra-cabeça, descritas em meu terceiro livro da série Lavrensiana: “De Parnaíba às Lavras do Funil: Subsídios para a História das Origens de Lavras, 1712-1729”.
A primeira descoberta inclusive tem um valor especial: há exatos trezentos anos, em 28 de outubro de 1712, ocorria em São Paulo uma revolta contra um desembargador português liderada por Francisco Bueno da Fonseca, que resultou em perseguições, prisões e degredos dos envolvidos para os sertões da colônia. O que foi de Francisco pelo resto desta década ainda nos é ignorado, porém é aceitável afirmar que sua vinda para fundar os Campos de Sant’Ana das Lavras do Funil não foi uma atitude pacífica, espontânea ou movida por espírito aventureiro, e sim uma mudança forçada pela repressão da Coroa portuguesa.
E quando se dera esta mudança? A data exata não temos, embora neste ano uma lei municipal estabeleceu o dia 26 de julho de 1720 como a fundação do arraial das Lavras do Funil, com base em informação de um dicionário geográfico publicado em 1845. Esta fonte já era de conhecimento de Firmino Costa desde o início do Século XX, porém um documento escrito por volta de 1773 -- cujo conteúdo possivelmente tenha sido redigido a partir de notícias dadas por Diogo Bueno da Fonseca, filho de Francisco Bueno --, afirma que seu estabelecimento no sertão do Rio Grande abaixo fora “pelos anos de 1721”.
Estes dois dados são inéditos em nossa historiografia; não obstante, muito ainda precisa ser estudado sobre a História de Lavras, tão carente de pesquisas e desconhecida da maioria de seus habitantes. O livro “De Parnaíba às Lavras do Funil” é apenas uma pequena contribuição para aguçar a curiosidade de nossos conterrâneos, de modo a tentar reverter este panorama negativo e impróprio a uma cidade que é referência em educação e cultura.
A obra estará disponível gratuitamente no site http://historiadelavras.blogspot.com.br a partir de 28 de outubro de 2012.
Com tantos lapsos de informação, senti-me desafiado a vasculhar o passado remoto, ainda mais considerando que faltam poucos anos para comemorarmos o Tricentenário da fundação do primeiro povoado. De fato, encontrei algumas novas peças para este quebra-cabeça, descritas em meu terceiro livro da série Lavrensiana: “De Parnaíba às Lavras do Funil: Subsídios para a História das Origens de Lavras, 1712-1729”.
A primeira descoberta inclusive tem um valor especial: há exatos trezentos anos, em 28 de outubro de 1712, ocorria em São Paulo uma revolta contra um desembargador português liderada por Francisco Bueno da Fonseca, que resultou em perseguições, prisões e degredos dos envolvidos para os sertões da colônia. O que foi de Francisco pelo resto desta década ainda nos é ignorado, porém é aceitável afirmar que sua vinda para fundar os Campos de Sant’Ana das Lavras do Funil não foi uma atitude pacífica, espontânea ou movida por espírito aventureiro, e sim uma mudança forçada pela repressão da Coroa portuguesa.
E quando se dera esta mudança? A data exata não temos, embora neste ano uma lei municipal estabeleceu o dia 26 de julho de 1720 como a fundação do arraial das Lavras do Funil, com base em informação de um dicionário geográfico publicado em 1845. Esta fonte já era de conhecimento de Firmino Costa desde o início do Século XX, porém um documento escrito por volta de 1773 -- cujo conteúdo possivelmente tenha sido redigido a partir de notícias dadas por Diogo Bueno da Fonseca, filho de Francisco Bueno --, afirma que seu estabelecimento no sertão do Rio Grande abaixo fora “pelos anos de 1721”.
Estes dois dados são inéditos em nossa historiografia; não obstante, muito ainda precisa ser estudado sobre a História de Lavras, tão carente de pesquisas e desconhecida da maioria de seus habitantes. O livro “De Parnaíba às Lavras do Funil” é apenas uma pequena contribuição para aguçar a curiosidade de nossos conterrâneos, de modo a tentar reverter este panorama negativo e impróprio a uma cidade que é referência em educação e cultura.
A obra estará disponível gratuitamente no site http://historiadelavras.blogspot.com.br a partir de 28 de outubro de 2012.
por Geovani Németh-Torres
Publicado em primeira mão por Sebastião Filho, de "O Corvo Veloz"
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