segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

22 coisas que deveriam voltar a ter em Lavras...

Você, lavrense, deve detestar a sina de nosso município ser lembrado como "cidade do já teve". De certo, muitas coisas boas que aqui existiram deixaram saudades, um sentimento nostálgico no qual a raiva pelo término e a esperança pelo retorno se mesclam. 

Nesta lista, não entrarei em detalhes porque elas acabaram, ou como fazer para retornarem, embora é bem possível que praticamente tudo que listarei possa voltar algum dia. Em verdade, se a sociedade civil julgar que isso deva acontecer, invariavelmente os interessados se organizarão, tendo apoio de empreendedores e o poder público, quando for o caso. Torçamos e façamos nossa parte!



01 - Teatro Municipal de Lavras. Sem dúvida, um dos casos mais controversos de nossa história foi a demolição do Teatro Municipal que existiu entre 1862 e 1962, fato que desencadeou grande enfraquecimento cultural e artístico para Lavras. Reconstruí-lo, preferencialmente com a arquitetura original, por certo daria grande ímpeto às Artes e à Cultura de nossa terra.




02 - Arquitetura elegante. O centro de Lavras quase não possui mais casarões com a bela arquitetura colonial e eclética que gradualmente foram sendo demolidos na segunda metade do Século XX, e que trazem todo um charme às cidades que souberam preservar estas edificações. Abaixo, a foto do Casarão dos Zagotta, demolido em 2002.




03 - Bonde elétrico. Numa época em que cada vez mais se fala de transporte "ecologicamente correto", é de se admirar que, entre 1911 e 1967, Lavras fosse uma das poucas cidades do interior que possuíam bondes.




04 - Campeonato Municipal de Futebol. As disputas memoráveis entre Olímpica, Fabril e Ferroviária, sem esquecer ainda o Lavras e Himalaia, esquentaram a sociedade ao longo do Século XX.




05 - Museu Bi Moreira. O principal museu de Lavras encontra-se fechado ao público desde 2011, tendo apenas uma sala aberta ocasionalmente para exposições temporárias. Considerando a importância de seu acervo para pesquisa histórica e também a demanda social que há para a Educação e o Turismo de Lavras, será que até 2022, ano do centenário do prédio "Álvaro Botelho" que abriga a coleção, esta situação terá mudado?




06 - Observatório Astronômico de Lavras. O observatório do Colégio Nossa Senhora Aparecida existiu nas décadas de 1950 e 1960, auge da corrida espacial. A Astronomia ainda possuiu muitos entusiastas em Lavras, não seria o momento de construir um novo observatório?




07 - Ferrovia. Por mais de um século, as estradas de ferro foram o principal transporte de cargas e passageiros no Brasil. O último trem de passageiros de Lavras viajou em 1996, do qual existe um filme com imagens da época.




08 - Aeroporto. O Aeroporto de Lavras possuía vôos comerciais nas décadas de 1940 e 1950 para várias cidades mineiras e também São Paulo e Rio de Janeiro.




09 - "Boulevard lavrense". De 1907 a 1937, a Rua Sant'Ana e a Rua Direita (a antiga denominação da Rua Francisco Sales) eram arborizadas, o que dava beleza e uma temperatura mais amena à cidade.




10 - Teatro, recitais, concertos e ópera. Apresentações de Artes Cênicas e Música Erudita ocorrem ocasionalmente em Lavras desde o Século XIX. A performance da ópera L'elisir d'amore, de Donizetti, no teatro Lane-Morton em 1985 é até hoje lembrada. Ultimamente a Música Erudita tem ganhado bastante espaço no Centro de Cultura da UFLA.




11 - Coro Coração de Jesus. O coro da Paróquia de Sant'Ana existiu entre 1931 e 1998, e desde então esta tradição católica se encontra marginalizada durante as missas.




12 - Museu Sacro de Lavras. Museu inaugurado em 1990, no interior da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Infelizmente, alguns bens tombados que compunham seu acervo, como esta imagem de São Benedito, encontram-se desaparecidos há mais de vinte anos.




13 - Vitrais e toque dos sinos da Matriz de Sant'Ana. A igreja matriz de Sant'Ana que recentemente completou cem anos possuía, até o começo dos anos 1990, belos vitrais com temas religiosos que poderiam ser recolocados, se os fiéis assim se dispusessem a promover uma campanha para este fim. Foi também naquela época que os sinos da torre da matriz deixaram de tocar para marcar as horas, um costume que irritava alguns, mas que satisfazia outros.




14 - Desfile de Escolas de Samba. Os carnavais lavrenses tiveram seu auge nos anos 1970 e 1980, e movimentavam a cidade com alegria e beleza nas fantasias.




15 - Concurso de Miss Lavras. Apesar de ainda serem promovidos concursos de beleza em Lavras, eles não causam o mesmo impacto que se via nos anos 1950 até princípios dos anos 1980, quando algumas lavrenses, como Mercedes von Glehn, venceram o concurso Miss Minas Gerais.




16 - Programa de auditório. No final dos anos 1940, a primeira rádio de Lavras, a Cultura d'Oeste, promovia no Teatro Municipal um programa dominical de calouros, variedades e literatura chamado “Um milhão de novidades”, com participação de vários artistas, cantores e humoristas lavrenses, sob aplausos calorosos de uma platéia animada.




17 - Exposições de maquetes e modelismo. A construção de maquetes e modelismo é um hobby que agrada crianças e adultos lavrenses, sendo várias as exposições organizadas desde os anos 1990. 




18 - Festas juninas nas ruas. As festas juninas estão entre as tradições mais antigas ainda celebradas. Contudo, alguns festejos de certas comunidades, espontaneamente organizados pela própria população local, as quais fechavam as ruas, acendiam fogueiras, dançavam e preparavam comidas típicas, deixaram de ser realizadas. Este fenômeno ocorreu principalmente nas regiões mais centrais de Lavras. 




19 - Cordialidade política e grandes homens públicos. Apesar de José Augusto do Amaral (Partido Conservador) e Gustavo Pena (Partido Liberal) terem cores políticas divergentes, ambos comemoraram juntos e em harmonia, com palavras eloqüentes, a vitória nas eleições provinciais de 1881, quando Lavras elegeu dois deputados à Assembléia de Ouro Preto. Cenas similares eram a norma na maior parte do Segundo Reinado e mesmo na República Velha.




20 - Ponte do Funil. Da ponte metálica sobre o rio Grande, construída em 1907 e submersa em 2002, só uma parte foi preservada, exposta numa praça da Comunidade do Funil. Mesmo a paisagem ribeirinha, notável pelos grandes bancos de areia, também desapareceu. Toda esta modificação na natureza talvez seja irreversível, pelo menos enquanto existir a represa da Usina Hidroelétrica do Funil. Quem sabe, num futuro distante, a humanidade faça uso de formas alternativas de produção de energia que tornem as hidroelétricas obsoletas, de modo que permita à Natureza recompor, pouco a pouco, aquela paisagem apaixonante, que encantou lavrenses por gerações!




21 - Lema da Santa Casa de Misericórdia. Em 2018 foi removido o dístico latino “NOLI LÆTARI, NISI QUUM BENE FECERIS”, traduzido como “Não te dês por satisfeito, senão quando tiveres feito algum bem” [Thomas à Kempis, Imitação de Cristo, Lv 2, Cap 6, §1],  da frontaria da Santa Casa de Misericórdia. Este dístico foi instalado em dezembro de 1894 por sugestão do dr. Augusto Silva. Perguntamos a administração do hospital se o mesmo será reinstalado após as reformas, mas infelizmente não foram dadas garantias disso acontecer.




22 - Exposição Agropecuária de Lavras. Foram 64 edições, sendo a primeira organizada na Semana do Centenário da Independência do Brasil, em 1922, e a última em 2009.


9 comentários:

  1. Terra dos Ipês e das Escolas ... boa educação leva a valorização dos bens culturais.

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  2. Essa Mercedes von Glehn tem até na Wikipéia:
    Rainha Brasileira do Café 1961

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  3. O NOLI LÆTARI, NISI QUUM BENE FECERIS” Talvez coloque novamente quanto terminarem essa parte de Santa Casa.

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  4. Muito bem lembrado! Acrescento os desfiles de 7 de setembro com fanfarras balizas e a participação de escolas, militares e sociedade civil

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  5. Lavras teve a SOLCA- Sociedade Lavrense de Cultura Artistica que promovia lindos saraus e concertos na cidade.

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  6. LAVRAS já teve fama e prestígio, hoje últimos governos só estamos passando vergonha.

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  7. Sabe dizer onde era essa foto do bonde?

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