quarta-feira, 25 de março de 2015

Sobre a tragédia e feiúra da urbanização de Lavras: tradições seculares (1903, 1925)

"O aspecto de muitas ruas é entristecedor, cortadas aqui e ali de falhas nas edificações, ladeadas de muros velhos e de terrenos em abandono ou tapados de cercas grosseiras e mal alinhadas (...). É uma falta de esmero do gosto que entre nós ainda não penetrou, de esmero pelo aspecto exterior das nossas habitações" (Álvaro Botelho).

Fonte: Relatório apresentado à Câmara Municipal de Lavras, 1903, p. 17.

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"Pela estética da cidade: Regulamentos administrativos em vigor, da Câmara Municipal, estatuem prescrições acerca de construção, principalmente externa, em nossa urbs.

Nem sempre observados, estes dispositivos não tem impedido construções  que atentam contra a estética das ruas.

Quando não sejam as reformas externas, evidentemente contrárias às exigências das posturas municipais, são as edificações novas, a que parece ter sido alheia à fiscalização edilícia.

Só pode merecer aplausos a construção de várias garages dentro da cidade. É isso uma demonstração de que a iniciativa privada coopera grandemente para o movimento de automóveis em nossa cidade e município, auxiliando por diversos modos o progresso local.

Mas seria de conveniência que, sem esmorecimentos à construção de garages, interviesse a Câmara Municipal no sentido de ser observado o dispositivo municipal e defendida, para o futuro, a estética das nossas ruas, o que constitui também um benefício para os que nelas têm propriedades.

Se o dispositivo municipal, a que nos referimos, contém exageros, que a Câmara Municipal, pelos meios regulares, os atenue para o proveito geral" (João da Costa Ribeiro).

Fonte: Jornal de Lavras. Ano II, n. 3, 22 fev. 1925.


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