Fonte: G1
14/08/2012 14h02 - Atualizado em 14/08/2012 15h13
‘Sete Orelhas, herói bandido’ vira documentário e é exibido na região
Trabalho audiovisual remonta história da lenda de São Bento Abade (MG)
Personagem é um dos mais importantes da história regional.
A lenda do Sul de Minas, Januário Garcia Leal, o ‘Sete Orelhas’ tem a história contada em um documentário, com exibições programadas nesta semana na região.
“Sete Orelhas, herói bandido”, título do documentário, conta a história do homem que protagonizou uma história marcada por muito sangue, no século XVIII, quando Minas Gerais ainda era uma capitania da Coroa Portuguesa.
A lenda diz que para vingar a morte do irmão, causada em uma briga por demarcação de terras, que hoje ficam em São Bento Abade (MG), levou Januário a fazer justiça com as próprias mãos. Foi quando ele arrancou as orelhas das sete pessoas envolvidas no crime.
Muita gente diz que ele foi mais temido que o nordestino Lampião e agora a vida do justiceiro, que já foi contada em livros, virou documentário que tem a direção de Bruno Maia e objetiva um resgate histórico. “Este trabalho é um registro de importância ímpar para o Brasil, pois resgata acontecimentos ímpares de um estado em formação. Com todo trabalho de veiculação da obra, Minas Gerais será engrandecida e divulgada e o filme reúne os documentos mais importantes da fortuna crítica e explora o universo da oralidade a respeito da saga de Januário”, define.
Ainda de acordo com o diretor, o filme discute a construção históricas da imagem deste mito. “O Sete Orelhas é muito peculiar, digno inclusive de uma estátua na cidade que assistiu à origem da vingança. A pesquisa sobre o personagem deve também virar um longa-metragem”, esclarece Bruno Maia.
A história
O ano era 1802 e o fazendeiro João Garcia Leal se envolveu em uma briga. O resultado da disputa foi sangrento. Ele teve a pele retirada ainda vivo e o corpo foi pendurado em uma figueira, que fica em São Bento Abade. O assassinato foi cometido por sete irmãos que lutavam pelas terras.
É aí que entra em cena o ‘Sete Orelhas’, que foi batizado como Januário Garcia Leal. Foi ele quem encontrou o corpo do irmão na árvore e saiu em busca de vingança, embora até então fosse conhecido como uma pessoa tranqüila. Ele era capitão de ordenança, uma espécie de autoridade civil, título concedido pela Coroa Portuguesa. Primeiro, Januário procurou a justiça, mas como não teve respostas, resolveu fazer justiça com as próprias mãos e saiu à caça dos assassinos.
Foi então que a matança começou. Januário assassinou dois irmãos de uma só vez e começou a confeccionar um colar, com uma orelha de cada vítima.
Os crimes renderam a Januário um mandado de prisão, expedido em 26 de janeiro de 1803. No entanto, ele não ficou intimidado. E ele seguiu atrás de cada um dos irmãos.
Apenas seus anos depois de iniciar a vingança é que Januário, com a ajuda de um primo, conseguiu o que queria, já perto da cidade de Diamantina (MG) e de uma maneira curiosa.
Quem tem relatos a contar é o marceneiro Antônio Sabino de Oliveira, 74 anos. Desde criança ele ouve relatos dos mais velhos sobre a lenda. “Todo mundo comentava sobre o ‘Sete Orelhas’.
Desde o meu bisavô, passando pelo meu avô, meu pai, meus tios. A maneira como ele conseguiu completar a vingança é que é curiosa. Após andar muito tempo atrás dos irmãos, Januário encontrou uma casinha bem longe, pediu pouso e então descobriu que ele era o último que faltava. No outro dia, ele deu uma chance ao assassino. Pediu a ele para andar 100 passos e ele atiraria. Caso não acertasse o tiro, o rapaz estaria livre.Mas ele acertou e completou o colar com a orelha que faltava”, comenta.
Serviço
‘Sete Orelhas, herói bandido’
Três Corações
Quando: Terça-feira (14) às 20h
Onde: Cine Art Café
Varginha
Quando: Quarta-feira (15) e quinta-feira (16) às 19h30
Onde: Cine Master
Informações: http://seteorelhas.com.br
‘Sete Orelhas, herói bandido’ vira documentário e é exibido na região
Trabalho audiovisual remonta história da lenda de São Bento Abade (MG)
Personagem é um dos mais importantes da história regional.
A lenda do Sul de Minas, Januário Garcia Leal, o ‘Sete Orelhas’ tem a história contada em um documentário, com exibições programadas nesta semana na região.
“Sete Orelhas, herói bandido”, título do documentário, conta a história do homem que protagonizou uma história marcada por muito sangue, no século XVIII, quando Minas Gerais ainda era uma capitania da Coroa Portuguesa.
A lenda diz que para vingar a morte do irmão, causada em uma briga por demarcação de terras, que hoje ficam em São Bento Abade (MG), levou Januário a fazer justiça com as próprias mãos. Foi quando ele arrancou as orelhas das sete pessoas envolvidas no crime.
Muita gente diz que ele foi mais temido que o nordestino Lampião e agora a vida do justiceiro, que já foi contada em livros, virou documentário que tem a direção de Bruno Maia e objetiva um resgate histórico. “Este trabalho é um registro de importância ímpar para o Brasil, pois resgata acontecimentos ímpares de um estado em formação. Com todo trabalho de veiculação da obra, Minas Gerais será engrandecida e divulgada e o filme reúne os documentos mais importantes da fortuna crítica e explora o universo da oralidade a respeito da saga de Januário”, define.
Ainda de acordo com o diretor, o filme discute a construção históricas da imagem deste mito. “O Sete Orelhas é muito peculiar, digno inclusive de uma estátua na cidade que assistiu à origem da vingança. A pesquisa sobre o personagem deve também virar um longa-metragem”, esclarece Bruno Maia.
A história
O ano era 1802 e o fazendeiro João Garcia Leal se envolveu em uma briga. O resultado da disputa foi sangrento. Ele teve a pele retirada ainda vivo e o corpo foi pendurado em uma figueira, que fica em São Bento Abade. O assassinato foi cometido por sete irmãos que lutavam pelas terras.
É aí que entra em cena o ‘Sete Orelhas’, que foi batizado como Januário Garcia Leal. Foi ele quem encontrou o corpo do irmão na árvore e saiu em busca de vingança, embora até então fosse conhecido como uma pessoa tranqüila. Ele era capitão de ordenança, uma espécie de autoridade civil, título concedido pela Coroa Portuguesa. Primeiro, Januário procurou a justiça, mas como não teve respostas, resolveu fazer justiça com as próprias mãos e saiu à caça dos assassinos.
Reprodução do colar de orelhas confecionado por
Januário (Foto: Arquivo Pessoal do diretor)
Januário (Foto: Arquivo Pessoal do diretor)
Foi então que a matança começou. Januário assassinou dois irmãos de uma só vez e começou a confeccionar um colar, com uma orelha de cada vítima.
Os crimes renderam a Januário um mandado de prisão, expedido em 26 de janeiro de 1803. No entanto, ele não ficou intimidado. E ele seguiu atrás de cada um dos irmãos.
Apenas seus anos depois de iniciar a vingança é que Januário, com a ajuda de um primo, conseguiu o que queria, já perto da cidade de Diamantina (MG) e de uma maneira curiosa.
Quem tem relatos a contar é o marceneiro Antônio Sabino de Oliveira, 74 anos. Desde criança ele ouve relatos dos mais velhos sobre a lenda. “Todo mundo comentava sobre o ‘Sete Orelhas’.
Desde o meu bisavô, passando pelo meu avô, meu pai, meus tios. A maneira como ele conseguiu completar a vingança é que é curiosa. Após andar muito tempo atrás dos irmãos, Januário encontrou uma casinha bem longe, pediu pouso e então descobriu que ele era o último que faltava. No outro dia, ele deu uma chance ao assassino. Pediu a ele para andar 100 passos e ele atiraria. Caso não acertasse o tiro, o rapaz estaria livre.Mas ele acertou e completou o colar com a orelha que faltava”, comenta.
Serviço
‘Sete Orelhas, herói bandido’
Três Corações
Quando: Terça-feira (14) às 20h
Onde: Cine Art Café
Varginha
Quando: Quarta-feira (15) e quinta-feira (16) às 19h30
Onde: Cine Master
Informações: http://seteorelhas.com.br
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