domingo, 31 de outubro de 2010

Livro passa a limpo os 250 anos da Paróquia de Sant'Ana

--- por Marco Aurélio Bissoli ---

Depois de um longo trabalho de pesquisa efetuado pelo historiador lavrense Geovani Németh-Torres, de apenas 24 anos, parte importante do passado lavrense virá a público na noite da próxima sexta-feira, dia 5 de novembro. É quando será lançado o livro “Os 250 Anos da Paróquia de Sant’Ana: Uma História da Igreja Católica em Lavras”, obra de fôlego, que pretende resgatar o legado deixado por cidadãos anônimos, sacerdotes católicos e personalidades, na construção da terceira igreja mais antiga do município.

Formado em História, especialista em Educação Especial e atualmente graduando em Administração Pública na Universidade Federal de Lavras (Ufla), o historiador revela que demorou seis meses para colocar o projeto no papel. Um trabalho que pare ele trará muitos frutos para se entender a própria gênese da população da cidade, servido de exemplo para as novas gerações.

“Sem dúvida, o fato que mais me chamou atenção foi o desenvolvimento de Lavras cem anos atrás: se faltava uma escola católica e um templo maior, eram os próprios cidadãos que se juntavam e construíam aquilo que traria benefícios a eles mesmos. Detalhe que eram construções caras e difíceis, e a população de então era dez vezes menor que hoje”, revelou Geovani, que ressaltou a importância de se olhar para o passado, a fim de começar a construir um futuro novo para a cidade. “Lavras teve uma época de ouro, teve grandes personalidades. Precisamos saber dessas coisas, tanto para nos inspirar, como para evitar que certos erros se repitam”.

Ele conta que precisou se esforçar para construir um perfil da paróquia mais próximo possível dos dados encontrados nos documentos históricos disponíveis para a construção de sua história.



ACRÓPOLE

O historiador revelou que leu diversas histórias da cidade, onde localizou informações contraditórias entre os autores das obras. “Tive então de fazer um trabalho especial com as fontes primárias, para desfazer antigas confusões. Encontrei diversas informações e cem imagens inéditas. No geral, acho que o resultado foi muito positivo. Particularmente os católicos irão gostar bastante de conhecer a história da Paróquia de Sant’Ana, tão rica e bela neste último quarto de milênio”. Ele acrescentou que o livro terá uma tiragem limitadíssima, e toda a renda será destinada à paróquia e à Sociedade São Vicente de Paulo.

Geovani é responsável também por reeditar a separata Acrópole, do Museu Bi Moreira, publicada pela TRIBUNA DE LAVRAS há exatos 35 anos, cujos exemplares podem ser retirados gratuitamente no próprio museu.

Ele afirmou que tem cinco projetos de livros em mente, um deles seria uma história dos imigrantes na cidade. No entanto, sua meta principal é fundar um Instituto Histórico e Geográfico de Lavras. “Para isso pretendo contar com a ajuda dos professores, historiadores e entusiastas de nossa terra”, completou.

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Fonte: Tribuna de LavrasAno XLIV, n. 2742. Lavras. 30 out. 2010.

sábado, 23 de outubro de 2010

Historiador fala de seu livro sobre a história dos 250 anos da paróquia de Sant’Ana

Geovani Németh, historiador que lançará livro sobre a paróquia de Sant'Ana, que está completando 250 anos


--- por Eduardo Cicarelli ---


O historiador Geovani Németh-Torres, estará lançando o livro “Os 250 Anos da Paróquia de Sant’Ana: Uma História da Igreja Católica em Lavras”, no dia 5. Németh tem 24 anos é professor formado em História, Especialista em Educação Especial e atualmente é graduando em Administração Pública na UFLA e membro do Rotaract Club de Lavras.

Ele conversou com a reportagem do LavrasNews esta semana e falou porque escreveu o livro sobre os 250 anos da paróquia. Németh disse: “Porque sou um historiador! Infelizmente poucos são os que exercem a profissão... hoje no Brasil, a maioria dos que formam em História são meros agitadores políticos ao invés de pesquisadores ou professores sérios. Isso é ruim. Outra grande dificuldade em ser historiador é que nossa cultura atual se tornou pobre, efêmera e vulgar. É uma pena, pois um povo sem memória é um povo ignorante, sem identidade própria, fadado à extinção. Mas não é só por isso que é importante saber de nosso passado, porque também se descobre muita coisa interessante e divertida quando se estuda História.

Questionado sobre o que mais chamou a atenção em sua pesquisa ele respondeu: “A história de Lavras é bastante rica e, confesso, bem mais rica do que imaginava quando comecei o estudo. Fiquei fascinado ao conhecer fatos e personagens de nosso passado. Um dado particularmente marcante está na relação entre religiosidade e civismo do lavrense. Por exemplo, quando construída, a belíssima Matriz de Sant’Ana não era apenas uma igreja, mas também o símbolo maior do progresso e desenvolvimento da cidade. O mesmo vale para a Igreja do Rosário: quando o templo religioso esteve ameaçado de demolição, a população e a imprensa se uniram para salvá-la, pois além de local de devoção, o monumento é nossa maior relíquia histórica. Fico triste, porque hoje não existe mais este amor dos lavrenses por Lavras. O que mais escuto de nossos conterrâneos -- principalmente nos jovens -- é como eles odeiam e desprezam a cidade, um horror! É questão de lógica elementar: quem ama, cuida; aquilo que é amado, prospera”.

Sobre a ajuda que recebeu neste trabalho, Németh disse: “Muitas pessoas, muitas mesmo. Agradeço especialmente à UFLA, à PROEC e ao Museu Bi Moreira por permitir que eu fizesse a pesquisa lá, e também o apoio da Paróquia de Sant’Ana e da Sociedade São Vicente de Paulo. Aliás, o produto da venda dos livros será destinado a estas duas instituições”.

Segundo ele, o livro tem outros atrativos, ele também explicou que a narrativa não foi concluída em 1917, como foi postado no Jornal de Lavras na internet. “No último mês escrevi dois capítulos extras, então o trabalho vai até os dias de hoje. O livro é amplamente ilustrado com cem fotos, a maioria inédita. Garanto que muitos irão se surpreender com a quantidade de informações selecionadas sobre estes últimos 250 anos. Em síntese, todo o conteúdo é um grande tributo aos lavrenses e católicos do passado, cujas suas vidas e feitos não devem ser esquecidos, pois podem inclusive inspirar as gerações vindouras. E cuidado: a edição tem uma tiragem limitada, quem bobear ficará sem seu exemplar”.

Németh falou também sobre seus planos para o futuro, ele disse que quer fundar o Instituto Histórico em Lavras, junto de outros professores, historiadores e entusiastas do tema. “Nossa cidade não pode mais ignorar e destruir sua memória, isso é ruim para a própria cultura, educação e turismo da região. Para os próximos anos, tenho também planos para mais cinco livros, um deles sobre a história da imigração em Lavras. Outro projeto, este já iniciado, é a reedição do jornal Acrópole, do Museu Bi Moreira. Quem quiser uma cópia pode pegá-la gratuitamente no próprio Museu”.

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Fonte: LavrasNews. Ano IX, n. 476. Lavras. 23 out. 2010.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Acrópole: 35 Anos

Capa da 1.ª Edição de Acrópole
abril de 1975
Em 1975 o museólogo Sílvio do Amaral Moreira (Bi Moreira) começou a publicar um jornalzinho histórico-cultural do Museu que fundara e que hoje recebe o seu nome. Este periódico chamava-se Acrópole, que circulou gratuitamente em forma de separatas do jornal Tribuna de Lavras. Foram 39 edições, todas com tiragens na casa dos milhares, lançadas em três fases distintas. A última, de 1994, foi editada pelo jornalista Hugo de Oliveira.

O propósito da publicação era divulgar a história e o folclore de Lavras e região, bem como biografias de lavrenses importantes, informações sobre datas comemorativas e poesias de autores locais. Acrópole tinha também uma valiosa função pedagógica: muito de seu conteúdo era produzido com objetivo explícito de incentivar as pessoas e os escolares a conhecerem melhor a terra em que viviam, despertando assim o essencial valor cívico que harmoniza a sociedade.